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Testes para o sucesso da reabilitação tida como sucesso em utilizadores de cocaína

12 February 2012

Um artigo na secção de saúde do “Irish Independent” descreve a investigação recente do Departamento de Psicologia do Professor Dermont Barnes-Holmes e seus colegas, que levou ao desenvolvimento de um teste que pode estabelecer a probabilidade de sucesso ou fracasso de tratamentos de reabilitação de dependentes de cocaína. Leia o texto completo abaixo ou veja o artigo original aqui.

Um teste psicológico irlandês, investado e desenvolvido pelo Departamento de Psicologia da NUI Maynooth pode prever com sucesso se uma pessoa adicta à cocaína irá frequentar o tratamento e quão bem-sucedido o tratamento será. O estudo colaborativo foi dirigido por uma equipa internacional de psicólogos, incluindo o Professor de Psicologia da NUI Maynooth Dermot Barnes-Holmes e foi publicado no American Journal of Drug and Alcohol Abuse deste mês.

O sucesso do teste psicológico, conhecido como o Procedimento de Avaliação Relacional Implícita (IRAP), terá implicações significativas para o tratamento da adicção de substâncias, particularmente na compreensão e tratamento do abuso da cocaína. Numa colaboração única, o Prof. Dermot Barnes-Holmes foi coautor do estudo juntamento com uma equipa internacional que inclui psicólogos do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque na Universidade de Columbia, Nova Iorque.

O estudo foi conduzido no prestigiado centro de investigação do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque e envolveu um grupo de 25 participantes dependentes de cocaína que foram inscritos num programa ambulatório de 6 meses. Os participantes responderam a questionários antes do início do tratamento onde lhes era pedido que registassem os seus pensamentos acerca da abstinência da cocaína e as consequências do uso de cocaína. Também lhes foi pedido que completassem dois testes implícitos, o IRAO e o Protocolo Stroop de Droga, que mediram os tempos de reacção dos participantes.

O estudo testou a relação entre os resultados do tratamento e as avaliações do questionário implícito e estandardizado. O questionário uniforme fracassou na predição sobre quão bem os participantes fariam no programa de tratamento. O teste IRAP, que mediu os tempos de reação nas questões sobre a cocaína, previu correctamente aqueles que teriam probabilidade de aparecer ao tratamento e, se o fizessem, se o seu sistema estaria livre de drogas.

O estudo mostrou que quanto mais fortes forem as crenças implícitas dos participantes sobre os efeitos positivos do uso de cocaína antes do tratamento, mais pobres seriam os resultados do tratamento e quanto maior fosse a ligação entre o abuso de substâncias e as consequências negativas, mais bem-sucedido seria o resultado do tratamento.

O teste IRAP identifica as cognições implícitas dos participantes, isto é, os pensamentos, sentimentos e crenças que podem desejar esconder ou das quais não têm consciência. Um questionário normal não irá reflectir estes pensamentos escondidos porque invariavelmente, as pessoas não estão completamente conscientes das suas cognições implícitas. No entanto, quando são submetidas ao teste IRAP é-lhes solicitado que confirmem ou refutem afirmações sob pressão temporal e que respondam mais rapidamente às afirmações que reflectem as suas crenças ocultas. As tarefas do Stroop de Droga mediram os tempos de respostados participantes relativamente a palavras relacionadas com a cocaína e palavras neutras.

Na discussão do estudo, o Professor Dermot Barnes-Holmes disse: “O nosso sistema tem implicações de longo alcance para o tratamento da adicção de drogas. As crenças dos participantes sobre o seu abuso de substâncias e as consequências positivas ou negativas que seguem parecem ter um impacto no sucesso do seu tratamento – e essas crenças não estão a ser actualmente identificadas através do tratamento estandardizado de abuso de drogas. O estudo esclarece que os investigadores irlandeses podem exportar as suas soluções nos melhores centros de investigação na América do Norte, em vez de pensarem sempre em importar soluções americanas para a Irlanda”.

O Presidente da NUI Maynooth, Professor Philip Nolan comentou: “Estou satisfeito de ver investigadores irlandeses a desenvolver um sistema que alcançou resultados incríveis num centro de investigação americano altamente considerado. O Departamento de Psicologia da NUI Maynooth está entre os mais fortes do mundo como mostra o papel de Dermot neste estudo e este projecto colaborativo internacional fez contribuições extremamente importantes para o campo do abuso de substâncias”.

Este estudo foi aprovado pelo Conselho de Revisão Institucional do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova Iorque. O grupo foi composto por 25 homens e 3 mulheres com uma medida de idades de 37 anos, que usavam cocaína há aproximadamente 15 anos.

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